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4 dicas para trazer a Comunicação Não-Violenta para as festas de final de ano


As luzes acesas, o aroma de velas e das coisas guardadas de natal, acompanhadas da música da boa e velha Simone, fazem parte do ritual de muitos amigos meus e imagino que você também se identifique com algo assim.

Agora, se você for de uma família grande ou diversa como a minha, já deve estar também preparando o coração para os momentos mais embaraçosos e desafiadores desse período.

Compartilho com você aqui, algumas dicas para que esse período seja mais conectado com a parte agradável e bela do que com toda essa parte confusa que pode acontecer.



1. Lembre-se da real intenção desse momento


Por mais que os rituais de finais de ano sejam milenares, podemos nos reconectar com o sentido que damos a cada momento das festas. Alguns trazem a gratidão como o principal elemento para esses rituais, com uma revisão do que passou em todo o ano e a abundância do que já se tem hoje. Outros se conectam com a esperança e a visualização para a vinda de bons ventos no ano que se aproxima. Seja qual for a sua intenção para esse momento, trazer bastante clareza à ela, faz com que você possa ter um lugar de conforto a que voltar a cada desafio que encontrar pelo caminho.

Por exemplo: para mim, os rituais de final de ano me conectam com a busca de sentido e propósito. A cada vez que me deparo com um desafio nos rituais, me pergunto sobre o sentido e o propósito de entrar em uma discussão ou conversa.

Ou ainda, imagine que algo desafiador lhe aconteça em meio à ceia de natal. Se o seu lugar de conforto for o da gratidão, você lembrará de olhar para tudo o que lhe está disponível e poderá seguir em frente com mais tranquilidade. É uma maneira de se reconectar com o que é importante de verdade para você, olhar a parte cheia do copo e, é claro, aprender com isso.



2. Exercite sua auto conexão (esteja presente)


Não é atoa que colegas de prática, quando falam da Comunicação Não-Violenta, dizem que ela é “uma ferramenta de meditação disfarçada de ferramenta de comunicação”. A presença para o que está lhe acontecendo nos momentos agradáveis ou desafiadores das festas é um lindo caminho para encontrar saídas para o que lhe incomoda e lhe reconectar com sua paz de espírito.

Estar presente e consciente do que está sentindo é o primeiro passo. Quais emoções lhe aparecem logo após aquela situação desconfortável?

Reconhecendo essas emoções, você pode seguir para a causa, as necessidades que fizeram com que elas aparecessem. O que era importante para você nesse momento que não aconteceu?

Por exemplo: ao escutar um comentário sobre a vida pessoal de um parente, me percebi irritada pois para mim era importante cuidado e justiça naquele momento. Com essa clareza pude escolher como seguir na conversa e fazer um pedido claro.

Encontrar-se com necessidades de sentido, expressão, compreensão, empatia, ou qualquer que seja a que está viva ali, pode trazer alívio imediato.

Conectado com isso que era tão importante para você que não está atendido, você mesmo pode se responsabilizar em proporcionar ou buscar isso que lhe é tão valioso.



3. Conexão e empatia antes de solução ou educação


Por mais atrativo que seja corrigir aquela história que o seu tio vem contando sobre o sistema político, se for possível para você, procure antes conectar com o que é importante para ele naquele momento que o faz contar aquela história. Pode ser que ele esteja buscando evolução, reconhecimento, pertencimento, ou algo mais que o faça contar o que conta. Procurar esse lugar empático, generoso e curioso abre portas para uma relação leve e conectada. Gosto de dizer que esse é um lugar sagrado que nos faz olhar a partir de nosso ser mais sábio. A generosidade com que olhamos para a intenção do outro pode ser tão poderosa que, mesmo sem dizer nada, abra caminhos para novos tipos de conversas.

Pergunte-se, o que é tão valioso para ele que ele está preservando nesse momento? Você pode se surpreender com a compaixão que vai encontrar ao trazer hipóteses dessas necessidades, ainda que em silêncio.



4. Gratidão, gratidão, gratidão


Por fim, para que seus dias sejam ainda melhores, traga a gratidão. A conexão com a gratidão é um conforto para a alma e para as relações. Procure agradecer conscientemente, conectado com o que lhe nutriu naquela relação contando para quem ama o que lhe aconteceu.

Para fazer isso de uma forma que conecte verdadeiramente com o outro, relembre uma situação compartilhada com essa pessoa que lhe trouxe sentimentos confortáveis e procure se conectar com suas necessidades atendidas naquele momento. O que essa pessoa fez ou disse que nutriu a sua vida? E quais necessidades foram atendidas por esse gesto?

Compartilhe contando ao outro e recebendo de presente, em retorno, o brilho no olhar de quem se dá conta que fez a vida mais maravilhosa pra você.

Autoria: Liliane Sant'Anna

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