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CNV à pronta entrega!


Vivemos na sociedade Ifood, Uber, onde o que queremos nos é entregue na porta, buscamos soluções rápidas, práticas, eficientes e, de preferencia, prontas. O mesmo acaba acontecendo quando encontramos algumas pessoas em busca de melhorar suas habilidades relacionais. Querem a “fórmula” que vai resolver sua vida pessoal, seus conflitos em equipe e, muitas vezes, resolver o problema da outra pessoa (afinal com ela mesma está tudo bem).


“A comunicação começa antes que qualquer palavra saia da sua boca.”


É interessante que, quando falamos isso, a maioria das pessoas concorda, mas, ao mesmo tempo, continuamos esbarrando na busca por “ferramentas” ou “técnicas” de comunicação que esquecem de explorar: Como seu padrão mental está afetando suas relações?


Me conto que estamos cansados... Queremos evolução, queremos tranquilidade, queremos apoio. A ideia de ser necessário esforço para mais uma coisa em nossas vidas talvez seja estímulo para ansiedade, desânimo e, em um movimento quase automático, buscamos fora: “E aí? Me dá logo a resposta.” Isso pode funcionar quando queremos pedir algo para comer ou quando queremos uma nova ferramenta de gestão de tempo, mas, no cuidado com as nossas relações humanas, não há resposta pronta.


Quando buscamos melhorar rápido nossas relações, simplesmente alterando a forma como falamos, corremos o risco de nos cansarmos ainda mais. O outro, independente das palavras “bonitas” que usamos, é impactado pelas intenções desde as quais aquelas palavras foram ditas. Já falou algo da melhor maneira e o outro acabou ficando na defensiva, ou não recebeu bem o que escutou e a conexão entre vocês acabou ficando prejudicada?


Nossas intenções nascem da nossa visão de mundo, que nasce do conjunto de pensamentos que “alimentamos” em nosso dia a dia.

Se eu tenho o hábito de pensar em quem está certo e quem está errado, ou de quem é a culpa, ou quem vai ganhar e quem vai perder, o outro vai querer se defender das minhas falas e o que está atrapalhando nossa relação provavelmente persistirá sem ser visto. Na busca por resolver logo acabamos não resolvendo nada...


Agora, respirar fundo e olhar para os pensamentos que alimentamos pode ser uma jornada de muita leveza. Isto, pois,

a cada momento que percebemos que fomos para um caminho que não vai contribuir, estamos mais próximos de alcançar o que verdadeiramente buscamos. Saímos de um ciclo vicioso de conflitos não saudáveis para uma escolha consciente de que caminho seguir.

A CNV (Comunicação Não-Violenta) às vezes é apresentada como a suposta “resposta pronta”, entretanto, em sua essência, ela simplesmente traz elementos que nos apoiam em nossa investigação interna. Tudo começa com estar mais conectados com nossos julgamentos, nossas necessidades, sentimentos e qual a real intenção que queremos colocar naquele momento.


Olhar para os nossos pensamentos pode ser um movimento feito com muita auto empatia, isto é, com curiosidade sobre o que nos motivou a pensar assim e como podemos responder a esta motivação de maneiras que mais vão agregar à nossas vidas.


Para fechar vou te deixar duas perguntas:


  1. “O que pode mudar na sua vida se ao invés de colocar energia em pensamentos de “certo e errado” e de culpa você focasse em pensamentos de compreensão e busca de resultados de benefício mútuo?”

  2. “Qual próximo passo VOCÊ se propõe dar neste momento para cuidar da qualidade das suas relações?”


Escrevo este texto na intenção de lhe inspirar a olhar mais fundo e com empatia o que acontece dentro da sua mente antes que as palavras saiam da sua boca. Não importa quantas vezes você escorregar em pensamentos não construtivos, se você percebeu eles, você aumentou a chance de transformar verdadeiramente a qualidade das suas relações.


(Generalizações foram feitas para construir as ideias deste texto. Reconhecemos que elas tem limites e celebramos viver em uma sociedade diversa com experiências que nos convidam a reflexões como esta.)


Autora: Nolah Lima

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