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Você esquece a Comunicação Não-Violenta que já sabe?

Se você pratica a CNV, você já deve ter vivido situações em que parece que você esquece a Comunicação Não-Violenta que já sabe. Principalmente em momentos que você reage de maneira que não gostaria, e parece que não sabe nada da CNV.


Uma aluna nossa contou em uma aula a seguinte situação: ela estava tentando que seu filho terminasse de comer antes de ir ver TV, estava reativa e ameaçando ele sobre as consequências se não terminasse. O filho então virou para ela e disse: "Mãe, eu acho que a sua CNV pulou pela janela.".


Você está numa situação da sua rotina, no carro indo para casa ou numa interação de trabalho, em uma conversa que parece simples. De repente, alguém diz algo que bate errado, os tons de voz se alteram, coisas duras são ditas - ou vem um silêncio pesado - e a conversa acaba em um climão. Você machucou e talvez saia com machucados também.


E aí, para onde foi toda a Comunicação Não-Violenta, todos os conhecimentos sobre relacionamentos que você já tem nessa hora?


É normal ter momentos em que parece que esquece a Comunicação Não-Violenta, que ela "pula pela janela"


Depois dessa história da nossa aluna, aqui no Instituto, costumamos brincar que nesses momentos a CNV pulou pela janela, foi embora. E ficamos com o nosso modo reativo de ataque e defesa, que quer nos proteger a qualquer custo. Só que geralmente o custo é para o nosso relacionamento.


Mesmo quem pratica a CNV há muitos anos não está imune a esses momentos onde parece que esquecemos tudo o que sabemos. Mas a própria prática da CNV pode nos apoiar a voltar para essa conversa, cuidando dos impactos que ela teve.


O que fazer quando você esquece a Comunicação Não-Violenta que já sabe?


Aqui estão alguns passos que podem te apoiar para os momentos em que a CNV "pula pela janela":


1. Reconhecer que as coisas saíram diferentes do que você gostaria - e tá tudo bem.

Foram anos de aprendizado de uma linguagem baseada no paradigma da dominação, onde nossa intenção se torna ganhar e mostrar que a outra pessoa está errada. É como se tivéssemos uma via de alta velocidade no nosso cérebro que nos leva pra essa linguagem, é o nosso piloto automático.


Desconstruir esse hábito e construir novas vias para ir para uma linguagem que busca colaboração leva tempo e prática. Esses momentos em que nos damos conta de que poderíamos ter feito diferente já são uma grande evolução.


2. Entender os impactos

Quando temos essas conversas trágicas, geralmente há dois tipos de impacto:


  • O impacto pelo forma como falamos com a outra pessoa

  • O impacto do que falamos para a outra pessoa


Separá-los pode nos apoiar a ir para uma conversa de reparação, nomeando o que deixamos de cuidar pela forma como falamos, e estando abertos a escutar os impactos para a outra pessoa de receber as palavras que falamos. E, juntos, encontrar caminhos para cuidar das necessidades que não foram atendidas ali.


3. Pensar sobre por onde começar


Falar sobre a forma como a conversa aconteceu e escutar como foi para a outra pessoa pode ser mais estratégico do que já voltar direto para o assunto que estavam discutindo, buscando por uma solução.


Quando escutamos a outra pessoa, com a intenção genuína de entendê-la, temos uma maior qualidade de conexão e isso aumenta as chances de a pessoa também querer nos escutar.


4. Se preparar para a conversa


Faça um momento de autoconexão para entender as suas necessidades, o que é mais importante para você naquela situação (a lista de necessidades pode te ajudar). E se ancore na intenção de cuidar das suas necessidades, em harmonia com as necessidades da outra pessoa. Vá para a conversa para conversar, não para controlar, convencer ou ganhar.


5. Inclinar-se para a prática imperfeita


O medo de errar de novo pode nos desmotivar a conversar sobre o que aconteceu. Mas algo que o Marshall Rosenberg dizia e que nos apoia quando esse medo vem, é que: Tudo o que vale a pena ser feito, vale a pena ser feito de maneira imperfeita.


Não se cobre por um nível de excelência na CNV, ou estar 100% preparado, para ter conversas importantes. Vá para a conversa com disposição para aprender com ela, e, assim, seguir fortalecendo as suas habilidades.


E lembre-se que um dos fatores essenciais para a integração da CNV, de acordo com o

próprio Marshall, é: prática, prática, prática. Se você quer praticar e desenvolver habilidades que vão melhorar suas forma de se comunicar e se relacionar, participe do treinamento Comunicação Consciente, Introdutório em Comunicação Não-Violenta.

Nele você vai se aprofundar na compreensão dos pilares da CNV, praticar com situações reais da sua vida e com interação com outros estudantes, e ainda tirar dúvidas com treinadoras do Instituto CNV Brasil. Se você quer sair da teoria e ir para a prática real da CNV, o Curso Introdutório é para você! Assista ao vídeo para saber mais.


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