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A Quarta Dimensão da Transformação Social

Trecho do livro: “The Heart of Social Change” - Uma transcrição de um workshop ministrado por Marshall Rosenberg. Tradução: Jade Arantes.


(...)

Então, nós temos apresentado a quarta dimensão da transformação social, o que eu chamo de auto-desenvolvimento, e nós poderíamos começar por aí – como o Buda e outros sugeriram.

A essência disso é que, antes de engajarmos com a transformação de grupos e da história primária que justifica os sistemas de dominação, nós precisamos garantir que já nos libertamos do condicionamento com o qual fomos educados, e garantir que estamos agindo a partir de uma espiritualidade que nós escolhemos.

Eu concordaria que esse é um passo muito importante, liberarmos a nós mesmos, e para fazer isso, eu me asseguraria de que estivéssemos entrando em uma espiritualidade transformativa, não em uma espiritualidade interpretativa. Eu já vi algumas pessoas escutarem as palavras de Buda e interpretarem elas de uma maneira que conduz a essa espiritualidade interpretativa, onde as pessoas se tornam boazinhas, calmas, ajustadas e meditativas, e embora o mundo permaneça da mesma forma, esperam que suas boas energias se espalhem. Eu acredito que esse tipo de espiritualidade perpetua o problema.


Dessa forma, eu realmente acredito que devemos começar com nós mesmos, com a nossa espiritualidade, mas eu espero que nós saibamos a diferença entre espiritualidade interpretativa e espiritualidade transformativa. É sobre isso, basicamente, que a Comunicação Não-Violenta se refere.

Se você quer servir à vida, você quer criar sistemas que enriquecem a vida. Então precisamos realmente estar conscientes, momento a momento. Precisamos ser tão inteligentes como abelhas e cachorros: conectados à vida.

Em frente à enormidade da transformação social que nos confronta – transformação que todos nós gostaríamos de ver – o que eu prevejo que nos dará a maior esperança e força para fazer essa mudança acontecer, é nos assegurarmos de aprender como celebrar. Vamos construir celebração em nossas vidas e agir a partir dela. Isso vem primeiro. De outra forma, nós vamos nos sentir consternados pela imensidão. A partir de um espírito de celebração, eu acredito que teremos a energia para fazer o que quer que seja preciso para tornar realidade essa transformação.

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