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Comunicação empática na prática: como aplicar a CNV no dia a dia

  • Foto do escritor: Equipe ICNVB
    Equipe ICNVB
  • 1 de jul.
  • 4 min de leitura

Você já ouviu falar de Comunicação Não Violenta (CNV), leu algo sobre empatia, até tentou usar algumas frases prontas, mas quando chega o momento real da conversa difícil, tudo trava?

Essa é uma realidade comum para muitas pessoas. Entender a CNV teoricamente é uma coisa. Agora, colocar a comunicação empática na prática, com todas as emoções vivas, é um outro nível de desafio.

Mas também é aí que mora a potência. Porque quando conseguimos trazer presença, escuta e intenção de conexão para situações reais, aquelas em que o sangue esquenta, o orgulho fala alto ou o medo aparece, a transformação acontece.

A diferença entre saber e viver a comunicação empática

Uma das primeiras coisas que precisamos reconhecer é que conhecimento não é o mesmo que prática.

Você pode ter lido livros sobre empatia e comunicação consciente. Pode até conseguir reproduzir os quatro componentes da CNV (observação, sentimento, necessidade e pedido). Mas, na hora em que alguém te atravessa com uma fala dura, o corpo reage: o coração dispara, a mandíbula trava, a raiva sobe.

E tudo aquilo que parecia tão bonito no papel desaparece.

É por isso que precisamos descer do conceito para o corpo. A comunicação empática na prática começa por reconhecer o que está vivo em você. Antes de querer acertar na fala, precisamos nos conectar com a nossa própria experiência interna.

Comunicação empática é corpo, não só cabeça

Durante esta live, ouvimos relatos de pessoas que disseram: “Na hora eu sabia que precisava me acalmar, mas não conseguia. Só consegui me escutar depois que tudo passou.”

Isso acontece porque nossa reação automática em momentos de tensão não é racional, é biológica. O sistema nervoso entra em estado de defesa. O corpo reage com raiva, medo, congelamento.

Por isso, levar a CNV para a prática passa por sair da compreensão cognitiva e ir para a vivência no corpo também. Às vezes, o que nos ajuda não é uma técnica de fala, mas uma respiração. Um copo de água. Um tempo para nomear o que estamos sentindo antes de responder.

Comunicação empática na prática é também sobre cuidar do nosso corpo como instrumento de presença e aprender a escutar os sinais que nossos sentimentos transmitem através dele. 

Empatia não é consertar, é estar junto

Outro ponto que surgiu na conversa foi o quanto nos sentimos pressionados a “resolver” o que o outro está sentindo.


Alguém chora e logo tentamos consolar. Alguém desabafa e já damos conselhos. Alguém reclama e reagimos com justificativas.


Mas a empatia não pede soluções, ela pede presença.


A Jade Arantes, treinadora do Instituto CNV Brasil, compartilhou algo poderoso:

“Antes, eu achava que precisava saber o que dizer. Agora, estou aprendendo que estar junto em silêncio, escutando, também é cuidar.”

Isso é comunicação empática na prática. Nem sempre envolve palavras. Às vezes, é um gesto, um olhar, uma pausa que acolhe o que está vivo na outra pessoa. 


Comunicação empática não é abrir mão de si para se aproximar da outra pessoa


Um dilema recorrente nas conversas difíceis é o seguinte: “Quero me proteger, mas também quero me conectar.”


E a boa notícia é que isso não precisa ser uma escolha excludente.


Proteger-se não significa afastar o outro. Significa criar limites com gentileza. É possível dizer:

“Eu ainda tô digerindo o que aconteceu e preciso de um tempo antes de conversar. Posso te procurar depois?”

Comunicação empática na prática é saber respeitar o seu tempo, sem fechar a porta para o outro.

É assumir responsabilidade pelo que sente, em vez de culpar a outra pessoa pelas suas emoções. Compreendo que a raiz dos seus sentimentos está nas suas necessidades, não no que a outra pessoa fez ou disse. 

Um erro comum é achar que praticar a empatia é sempre conversar na hora. Mas nem sempre estamos disponíveis para uma escuta genuína.

Se você está tomado por emoções, pode ser melhor esperar. Isso não é fuga, é cuidado.

Como a Jade traz:

“Na hora que a raiva está no auge, não é hora de resolver. É hora de respirar.”

Esse espaço entre o impulso e a ação é onde mora a escolha.

É nesse espaço que a comunicação empática se constrói.

Comunicação empática é sobre conexão, não sobre “falar certo”

Muita gente chega na CNV querendo aprender a “falar certo”. Mas o primeiro passo é outro: aprender a se escutar.

Quando você se percebe sentindo irritação, frustração, tristeza ou insegurança, se pergunte: o que tem por trás desse sentimento?

Quais necessidades não estão sendo atendidas?

Ao reconhecer isso em você, a fala muda. Sai do “você me deixou mal” para “eu me senti inseguro quando isso aconteceu”.

A comunicação empática na prática muda a forma como você se coloca no mundo. Com mais responsabilidade, mais presença e menos acusação.

Comunicação empática na prática é saber voltar atrás

Outro aspecto importante: não vamos acertar sempre. Mesmo com a intenção de conversar com consciência e empatia, às vezes vamos reagir, falar de um jeito que fere, evitar conversas por medo.

E tudo bem. Faz parte do processo reconhecer isso, voltar atrás, fazer reparos e reconstruir a conexão.

A prática da empatia inclui a empatia consigo mesmo. Isso significa acolher seus limites e seguir aprendendo.

Aplicar a comunicação empática na prática é um caminho, não um ponto de chegada

Você não precisa virar uma pessoa “zen” que nunca se irrita ou que sempre tem a resposta certa.

O que você precisa é começar a notar seus padrões, fazer pausas, escutar o que está vivo em você e na outra pessoa.

Cada conversa difícil pode ser uma oportunidade de praticar. Cada desconforto, um convite para se escutar. Cada silêncio, uma chance de criar presença.


Comunicação empática na prática pede por prática

Se você quer sair da teoria e levar a comunicação empática para a prática, comece devagar. Não tente mudar tudo de uma vez. Escolha uma conversa. Uma relação. Uma situação.

Observe. Respire. Experimente se expressar de um jeito diferente. Veja o que acontece.

Porque a comunicação empática não é um jeito perfeito de falar, é um jeito consciente de se relacionar.

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