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Empatia na comunicação: como cultivar conexão nas conversas difíceis

  • Foto do escritor: Equipe ICNVB
    Equipe ICNVB
  • 23 de mai.
  • 4 min de leitura



Em algum momento da vida, todos nós já estivemos em conversas carregadas de tensão. Um conflito no trabalho, um mal-entendido em casa, uma crítica inesperada — situações assim despertam emoções intensas e, muitas vezes, nos fazem reagir de forma automática.


Nessas horas, parece impossível manter o equilíbrio e a conexão com o outro. Mas e se existisse um caminho para transformar esses momentos em oportunidades de presença, escuta e transformação?


Esse caminho existe — e ele passa por desenvolver a empatia na comunicação.


Onde nasce a empatia na comunicação


Imagine a cena: você está em uma reunião importante. Alguém discorda de você em público de forma brusca. Seu corpo aquece, o coração acelera e, sem perceber, sua voz sobe. A conversa perde o tom construtivo e vira disputa. Quando a reunião termina, resta a tensão no corpo, o arrependimento pelas palavras ditas e uma sensação de distância.


Esse tipo de situação é mais comum do que parece. E, muitas vezes, acontece porque reagimos no piloto automático, sem espaço interno para perceber o que está vivo em nós e na outra pessoa. A empatia na comunicação nasce, justamente, da capacidade de reconhecer esse espaço e cuidar dele com presença e consciência.


Empatia não é passividade — é presença


Existe um equívoco comum de que ser empático significa “engolir sapos” ou deixar de se posicionar. Na verdade, a empatia verdadeira começa dentro de nós: ela passa pelo espaço de autoconexão que conseguimos sustentar, mesmo quando sentimos raiva, frustração ou medo.


Antes de escutar o outro, precisamos conseguir nos escutar. O que está por trás da reação?


Qual foi a dor que aquela fala despertou? Qual necessidade foi tocada?


Esse exercício de autoempatia é o que nos permite sair do modo reativo e entrar no modo responsivo — aquele em que conseguimos responder com consciência, responsabilidade e escolha.


O que nos afasta da empatia em conversas difíceis?


Quando estamos diante de um conflito, três coisas costumam acontecer:

  1. Nos desconectamos de nós mesmos. A emoção toma conta e perdemos o contato com o que estamos sentindo ou precisando de verdade.

  2. Atribuímos culpa ao outro. Nossa mente busca rapidamente um culpado e ficamos presos em julgamentos.

  3. Reagimos automaticamente. Seja com silêncio, agressividade ou justificativas, respondemos sem refletir.


Essas três etapas são naturais — nosso sistema nervoso está programado para nos proteger. O desafio é criar pausas conscientes que nos permitam agir em conexão com as nossas necessidades e, assim, criar espaço para escutar a outra pessoa com empatia.


Empatia é uma prática, não um talento


Uma das grandes viradas de chave para quem deseja se comunicar com mais empatia é entender que ela não é um dom inato, mas uma habilidade que pode ser desenvolvida com a prática.


A cada conversa difícil, temos a chance de treinar:

  • A escuta ativa, sem interromper ou antecipar respostas;

  • O reconhecimento dos nossos próprios sentimentos e necessidades;

  • A capacidade de sustentar desconforto sem cair na reatividade;

  • O olhar de curiosidade em vez de julgamento.


E esse treino começa com coisas simples: uma respiração antes de responder. Uma pausa antes de escrever aquela mensagem. Um silêncio que acolhe, em vez de tentar consertar. E se perguntar: O que é mais importante para mim nessa conversa? O que será que é mais importante para a outra pessoa?


Como a empatia na comunicação acontece em uma conversa real?


Durante uma live sobre empatia na comunicação, nossa treinadora Liliane Sant’Anna compartilhou uma experiência potente. Em um dia desafiador, em que sua filha mais velha enfrentava uma crise emocional, ela notou que sua vontade imediata era “corrigir” o comportamento do filho menor, que estava sendo barulhento.


Mas ao pausar e olhar para dentro, ela percebeu que sua irritação não era com a criança — era com o medo de não dar conta da situação. A partir disso, pôde escolher um caminho diferente: acolher a si mesma primeiro, e depois agir com mais presença com os filhos.


Essa é a potência da empatia na prática. Ela não anula o desconforto, mas nos convida a cuidar dele com consciência.


Comunicação que aproxima (e não afasta)

Cultivar empatia na comunicação significa também prestar atenção em como falamos.


Algumas perguntas que ajudam:

  • O que estou querendo de verdade com essa fala?

  • O que é importante para mim nesse momento?

  • Como posso dizer isso de uma forma que aumente a conexão e não a distância?


Às vezes, o que muda não é o que dizemos, mas como dizemos.


Trocar um “você sempre faz isso” por “quando isso acontece, eu me sinto...” já é um passo enorme em direção à conexão.


O papel do corpo na empatia


Nosso corpo é o primeiro a reagir em situações difíceis. Ombros tensos, mandíbula apertada, respiração curta — tudo isso são sinais de que estamos em alerta.


Por isso, práticas como mindfulness, ou atenção plena, são grandes aliadas da empatia.


Essa prática nos ajuda a ampliar o espaço entre o estímulo e a resposta — e é nesse espaço que a escolha acontece.


Se queremos nos comunicar com mais empatia, precisamos cultivar um corpo que nos ajude a escutar. E isso também é treino.


Empatia também é com a gente


Por fim, é importante lembrar: a empatia não é só com o outro — é também (e principalmente) com a gente.


Nos momentos difíceis, podemos nos cobrar, julgar e endurecer. Mas aprender a ser gentil com os próprios limites, reconhecer nossos esforços e acolher nossas falhas é essencial para sustentar a empatia como prática de vida.


A empatia na comunicação é uma jornada


A empatia na comunicação não é um lugar de chegada. É um caminho contínuo, que começa quando decidimos nos responsabilizar pelo que sentimos, precisamos e expressamos.


É sobre criar pontes, mesmo quando tudo parece pedir muros. É sobre abrir espaço para o que está vivo — em nós e no outro.


E é por isso que, aqui no Instituto CNV Brasil, acreditamos que a empatia é uma habilidade que pode transformar não só conversas, mas relações inteiras.


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