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“Esta é a minha opinião” não precisa ser o fim da conversa – uma carta

Olá!


Talvez você não me conheça, mas escrevi esta carta com você em mente.


Acredito que quando você escreve “esta é a minha opinião”, talvez venha uma vontade grande de ser compreendido e respeitado, né? Me conto que isto que você pensa vem para defender algo importante para você e que você acredita que isso serve à sociedade também. Imagino que alguém trazer algo que possa soar como “contra sua opinião” chega muitas vezes como uma ameaça ou agressão aos seus valores, faz sentido?


Talvez venha também uma irritação... Um pensamento que te diz que você deveria ser livre para achar o que quiser e que discutir agride essa liberdade. Uma impaciência dos julgamentos que possam vir e uma vontade de somente ser escutado. Talvez um cansaço somado a tudo que estamos vivendo lhe faz acreditar que a conversa será pesada e não é isso que você quer. É mais ou menos assim que você se sente?


Quero muito te escutar e te compreender. Para mim é importante que você se sinta respeitado, compreendido e seguro, pois estas coisas também são importantes para mim.


Algo que valorizo, e que me motiva a escrever esta carta para você, é a nossa conexão e a nossa interdependência. Vou lhe trazer um pouco de como foi para mim ler você escrever “Essa é a minha opinião.”. A minha intenção é contar como isso me tocou, e não te trazer julgamentos de certo e errado, pois não estou aqui no papel de juíza, estou aqui querendo me conectar com você. Peço que me escute com essa intenção em mente, pode ser?


Eu valorizo você, valorizo sua presença neste mundo, você faz parte de quem sou simplesmente por habitar o mesmo mundo ou país que habito. Aquilo que você fala ou faz me toca e acredito que eu faça o mesmo com você. Por isso conversamos. Por isso convivemos. Por isso somos sociedade. Estes pensamentos que coloco são o que me levam à nossa interdependência. E falo da nossa interdependência porque é ao pensar nela que percebo uma tristeza em mim quando escuto na sua fala “É minha opinião.” um ponto final em nossa conversa. Talvez minhas palavras tenham chegado a você como um muro que nos divide quando o que eu mais quero é que sejam janelas para minha alma e um cuidado com nossa interdependência.


Também gostaria de ser compreendida e ser vista. Não em detrimento do que é importante para você, mas em comunhão com isso. Quero encontrar no diálogo caminhos de nos sentirmos escutados e de quem sabe encontrarmos novas alternativas que cuidam de nós dois. Fico curiosa pra saber: você compartilha comigo essa intenção?


Estou por aqui para nossas próximas conversas. Desejo que nelas a gente consiga colocar mais pontos de interrogação e menos pontos finais. Meu pedido é tentarmos seguir desta forma, como é para você o que coloco nesta carta?

Com carinho,

Nolah


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