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Mudando o ar que respiramos

Vivemos sob a lógica do paradigma da dominação. Nesse lugar de poder sobre, torna-se fácil encontrar duas saídas: resolver o conflito à qualquer custo (um lado merece punição enquanto o outro ganha recompensa) ou evitar o conflito à qualquer custo.


Essa lógica de poder tem um custo, ela oxida as relações e enfraquece os laços.

Minha hipótese é que estamos somente reproduzindo em nossas relações, o que continua a acontecer dentro de nós: nos punimos ou recompensamos secretamente em nossos pensamentos conscientes ou inconscientes.

Enquanto o ar que inspiramos estiver impregnado de dominação, nossa expiração estará saturada de culpa, medo e a vergonha.

A CNV nos convida a expandir o olhar e os ouvidos, "dar conta" dos vícios de linguagem e das atitudes que estão profundamente arraigadas ao paradigma da dominação onde a dualidade (certo x errado, recompensa x punição, elogio x depreciação, eu x outro) traz, como consequência, uma violência implícita.


Mudar demanda presença, persistência e uma boa dose de autocompaixão. É sair do piloto automático e passar a ser um observador de si mesmo. É entender que você tem ESCOLHA para plantar em si uma outra lógica e integrar no pensar, no sentir e no agir um novo paradigma. É abrir um espaço de curiosidade e criatividade para entender como nos afetamos e perceber intenção e necessidade em cada passo.


Quando inspiramos a consciência de nossa intenção e a beleza das necessidades atendidas (ou não), expiramos empatia e honestidade.

E assim, de olhos bem abertos, podemos enxergar nossa interdependência e perceber o que é sagrado para o Eu e para além disso, podemos ver o Outro em sua humanidade, para entender o que é sagrado para ele.


A paz que procuro no mundo começa em mim e irradia para as relações que desejo ter.


Autora: Erika Moulin

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