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6 dicas para melhorar relacionamentos

Buscar formas de melhorar relacionamentos é um excelente caminho para quem quer melhorar sua qualidade de vida. Um estudo de Harvard sobre felicidade, conta que as pessoas que chegaram ao fim da vida com menos arrependimentos e mais alegrias são aquelas que cultivaram bons relacionamentos ao longo dos anos.


Se os relacionamentos, sejam eles íntimos, familiares e até profissionais, têm um papel tão importante para nós, por que eles são tão desafiadores em boa parte do tempo? O estudo da Comunicação Não-Violenta (CNV) nos apoia a responder a essa pergunta e dá um caminho simples para melhorar relacionamentos interpessoais. Com a CNV, entendemos que muitas vezes os desafios se apresentam por não sabermos o que realmente queremos naquela relação e, mesmo quando sabemos, não sabemos pedir pelo que queremos.


Por isso, reunimos aqui 6 dicas para melhorar relacionamentos com a CNV. Vem com a gente!


1. Melhorar relacionamentos passa por compreender melhor o que está acontecendo com a gente


Melhorar relacionamentos, ter relacionamentos mais saudáveis, passa por conseguirmos comunicar como está sendo nossa experiência na relação e estarmos dispostos a escutar sobre a experiência da outra pessoa.


Muitas vezes a frustração ao tentar melhorar relacionamentos vem de esperar que o comportamento da outra pessoa mude para o que queremos que ela faça, de preferência sem termos que falar isso pra ela. Já se viu em uma situação assim com uma pessoa próxima?


Para podermos contar para a outra pessoa como está sendo a nossa experiência na relação, precisamos primeiro compreender o que está acontecendo com a gente. Vamos imaginar que você vive com outras pessoas, e a briga por colocar o lixo para fora acontece quase todos os dias. Parece óbvio o que você quer, o que você precisa para melhorar esse relacionamento, certo? Que as pessoas tirem o lixo! Mas será que isso é realmente o mais importante para você nessa relação? A CNV nos convida a olhar para essa situação investigando o que se passa com a gente, do que queremos cuidar ali, que pode ir além de um resultado específico que esperamos.


Então, se queremos melhorar relacionamentos, precisamos primeiro compreender como estamos nessa relação. E as dicas a seguir ajudam muito nessa compreensão.


2. Pergunte-se: o que de fato aconteceu na relação?


Quando estamos procurando formas de melhorar a relação, é comum ficarmos presos na nossa interpretação do que aconteceu e nos incomodou ao invés de entender o que de fato aconteceu. Por isso, aqui recorremos ao primeiro componente da CNV, a observação. Ou seja, o que foi feito ou dito nessa relação?


No exemplo do lixo, podemos responder a essa pergunta de alguma formas. Uma delas pode ser: “O que aconteceu é que eu moro com um bando de imundos egoístas que não fazem nada pela casa!”


Outra pode ser: “O lixo não foi retirado na quarta-feira, como foi combinado, e está há 5 dias na cozinha.”


Percebe a diferença entre a primeira resposta e a segunda? Na primeira, a resposta veio cheia de interpretações e rótulos sobre as pessoas da casa. Na segunda, foram descritos fatos sobre o combinado que não foi cumprido e há quanto tempo o lixo está na cozinha.


Agora, imagina se você fosse abrir uma conversa com as pessoas da casa sobre o que aconteceu. Qual dessas falas você acha que tornaria mais propício um diálogo sobre o problema do lixo? É provável que na primeira as pessoas já começassem a se defender com desculpas ou atacando de volta, não é mesmo? “Eu, imunda!? Você que é uma chata autoritária que quer mandar em todo mundo!”. Já viveu um diálogo assim antes?


Por isso nos perguntamos o que de fato aconteceu, já que falar sobre fatos e não sobre interpretações aumenta as chances de conseguirmos manter um diálogo onde conversamos sobre o que realmente importa na relação.


3. Identifique o que você sentiu em relação ao que aconteceu


Quando contamos sobre o que está acontecendo com a gente, e não o que pensamos sobre a outra pessoa, isso torna mais provável que a pessoa esteja aberta a nos escutar. Por isso, os sentimentos têm um papel importante na Comunicação Não-Violenta. Eles nos trazem de volta para a nossa experiência e fazem o papel de mensageiros, porque nos contam que algo que é importante não está sendo atendido na relação.

No exemplo do lixo, pode ser que a pessoa esteja se sentindo cansada e frustrada com a situação. Compartilhar esses sentimentos com as pessoas com quem ela vive pode aproximá-los, pois ela está contando dos impactos do acordo não ser cumprido na sua experiência vivendo na casa. Porém, é importante que esses sentimentos venham acompanhados do que é importante para a pessoa, que vamos investigar na dica a seguir. A nossa ideia ao contar sobre nossos sentimentos é compartilhar a nossa experiência e do que queremos cuidar, não gerar culpa nos nossos relacionamentos.


Pense em um acontecimento repetitivo em um dos seus relacionamentos. Quando isso acontece, o que você sente? Responder a essa pergunta vai nos ajudar a responder a pergunta seguinte: o que é realmente importante?


4. Encontre o que é realmente importante para você na relação


Às vezes, tentamos melhorar relacionamentos já com várias soluções em mente. Mas se eu tento tratar um sintoma sem entender a sua causa, aquilo que está por trás dele, é provável que não tenhamos uma solução eficaz para o nosso problema.


Por isso na CNV, buscamos sempre entender o que está por trás daquilo que estamos sentindo. Dizemos que os sentimentos são mensageiros das nossas necessidades humanas universais, ou seja, do que é realmente importante para nós em uma situação ou relação. Então quando sinto alegria, por exemplo, esse sentimento está me contando que tive uma necessidade atendida. Quando sinto irritação, é por que algo que é importante para mim não está sendo atendido no momento.


No exemplo do lixo, pode ser que para a pessoa que está cansada e frustrada com a situação, seja importante ordem, organização. E podem ter necessidades mais profundas vivas também, como compromisso e confiança na relação. Percebe como pode ir além da solução do lixo ser colocado pra fora na quarta-feira? Podem ter várias outras questões impactando essa relação.


Por isso, compreender o que é realmente importante é fundamental para conseguirmos pensar em possibilidades de ação que vão de fato melhorar relacionamentos.


5. Faça pedidos claros


Uma vez que entendemos do que realmente estamos querendo cuidar na relação, podemos fazer pedidos que tornem mais provável que o que é importante para nós seja atendido no relacionamento.


No exemplo, as necessidades que querem ser atendidas são de organização e ordem, e também de compromisso e confiança na relação. Tendo clareza disso, várias possibilidades de ação surgem. Podemos pedir para rever os combinados sobre a frequência dos cuidados com a casa; podemos definir um único responsável por tirar o lixo; podemos ainda contratar uma faxineira. As possibilidades para cuidar das necessidades de ordem, organização, compromisso e confiança aqui são inúmeras.


E essa é a grande virada de chave que vem ao compreender do que estamos realmente querendo cuidar. As possibilidades para resolver a situação saem de uma única opção e se tornam abundantes! Não é mais sobre o lixo ser retirado toda quarta-feira. É sobre como podemos cuidar do compromisso e da confiança entre nós, e assim, melhorar a relação.


6. Vá para a conversa para conversar, não para ter seu pedido atendido


Ir para a conversa contando o que sentimos quando algo aconteceu, o que é importante para nós e com um pedido claro em mente para cuidar disso que é importante pode transformar a convivência e melhorar relacionamentos significativamente! Mas há um perigo aqui: irmos para a conversa apegados ao nosso pedido e não estarmos abertos a escutar a experiência da outra pessoa.



Se você quer mesmo melhorar relacionamentos, vá para as conversas para conversar. Vá disposto a escutar a outra pessoa, tentando entender o que é importante para ela ali também. Isso facilita muito para que vocês possam encontrar juntos soluções para as questões do relacionamento. E essas soluções certamente serão mais eficazes, já que estarão levando em consideração o que é importante para todas as pessoas envolvidas. A busca pela colaboração está no coração da CNV, e tem o potencial de transformar nossas relações para melhor!


Uma dica extra é: use essas dicas para se preparar para uma conversa. Experimente começar com uma situação não muito complexa, como a do exemplo do lixo, mas que tem impacto real na convivência com uma ou mais pessoas queridas.


Conta pra gente o que achou dessas dicas nos comentários, e, se experimentar, vamos adorar saber se contribuiu para melhorar seus relacionamentos.


As listas de sentimentos e necessidades são materiais riquíssimo que podem te apoiar a seguir essas dicas, e que você pode baixar aqui: https://www.institutocnvb.com.br/materiais E se você quer fortalecer suas habilidades e ter relacionamentos cada vez melhores e mais colaborativos, te convidamos a conhecer o nosso Curso Comunicação Consciente - Introdutório em CNV: https://www.institutocnvb.com.br/introonline

Como a aprender a Comunicação Não-Violenta é como aprender uma nova língua, a sua prática é fundamental. O nosso introdutório é uma ótima oportunidade de compreender com mais profundidade esse conhecimento e colocar em prática as suas habilidades.



Autora: Flávia Amorim

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